quarta-feira, 1 de abril de 2009

E adeus leitura.

Eu postei o texto abaixo no blog do meu myspace. Para quem quiser dar uma conferida, o endereço é: www.myspace.com/cledes
Ruídos e mais ruídos por toda parte. Não conseguimos mais alcançar o silêncio, o espaço que antes era nosso, já não é mais. A frase-clichê dita por não sei quem, sua liberdade vai até onde começa a minha perdeu o sentido há tempos no vácuo contemporâneo. Essa é a vida em rebanho. – Começo a explicar.
Antigamente, ao caminhar por aí, seja com destino, seja a esmo, eu percebia alguns senhores com suas máquinas motorizadas compartilhando o seu gosto musical, diga-se de passagem, péssimo, com o resto do rebanho. Muito altruísmo da parte deles. O interessante é que a qualidade musical das ondas que reverberavam desses automóveis não acompanhava proporcionalmente a parafernália composta por subufers, cornetas, 6985’s etc, coisa e tal. Resumindo: quanto mais potente o som, mais pobre o tipo de música que se ouvia, e ainda se ouve. – Ok. Estou chovendo no molhado.Acontece que, hoje, parece que esse comportamento extrapolou os limites dos vidros automotivos. O advento tecnológico permitiu a substituição do antigo walkman e seu primo-rico, o discman, pelos mp3, 4, 5... e pelos i-podes, i-phones etc e tal, além dos celulares que permitem que nos deleitemos com música, boa ou ruim, em nossas viagens diárias em busca da caça nossa de cada dia. O problema é que, como disse acima, aquele comportamento de ouvir música em volumes ensurdecedores extrapolou o espaço “privado” dos automóveis. Hoje, sentado em algum banco de algum ônibus, ao tentar ler você pode ser surpreendido pelo martelar lancinante de um subufer, do carro que parou no sinal, ao lado do ônibus. Mas esse carro provavelmente ultrapassará o seu ônibus e irá incomodar outras paragens, menos mal. O problema maior é que na próxima parada, poderá embarcar algum ser com seu radinho, provavelmente tocando algum hit do momento, deprimente, a lhe incomodar durante todo o resto da viagem. E, adeus leitura.

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